segunda-feira, dezembro 03, 2012

Uma breve polêmica sobre 50 Tons de Cinza

Estava decidida a não ler 50 Tons de Cinza (Fifty Shades Of Grey, E.L. James, Intrínseca, 2012), apesar de todo o burburinho em volta do tal "erótico para mamães". Já sabia que era uma fanfic de Crepúsculo (fanfic é "ficção de fã", histórias criadas por fãs com os personagens de livros, séries, filmes ou até mesmo com atores, cantores, etc. utilizando o mesmo cenário da história ou não), e que tinha causado furor na época de sua publicação na internet, com a autora proibindo traduções, tradutoras furando o bloqueio e arquivos sendo passados secretamente através de comunidades no Orkut (!). Li a fanfic, achei ruim (mal escrita e mal traduzida), e deixei pra lá.

Mas o hype foi forte, todo dia eu topava com Mr. Grey no ônibus e no metrô, a curiosidade foi maior (a fanfic estava incompleta), apareceu um exemplar dando sopa para empréstimo...não se pode falar de algo sem conhecer, certo?! Se você não gosta de spoilers, melhor para de ler por aqui!


Anastacia Steele é uma moça atrapalhada e tímida, terminando sua graduação em Literatura e melhor amiga de Kate Kavanagh, editora do jornal da faculdade. Quando Kate fica doente, manda Ana em seu lugar para entrevistar Christian Grey, jovem e poderoso CEO de uma grande empresa. O que Ana tem de pobre, falta de autoestima e duvidas, Grey tem de rico e confiante. Além de ser lindo.

Como nos romances "água com açúcar" vendidos em banca (e não tenho nada contra, adoro, leio e coleciona há anos), Ana se vê irresistivelmente atraída para Grey, que a cerca de todas as maneiras até lhe revelar seu pequeno segredinho: ele é um Dominador, e tem um quarto cheio de chicotes, amarras, e outros apetrechos BDSM. E é só assim que ele concebe uma "relação", um contrato onde ele é o senhor e Ana sua Submissa. A virgem Ana terá culhões para se envolver com Grey, mesmo nestas condições?

Apaixonada, Ana acaba aceitando, óbvio, mas com algumas condições. Ela quer algo a mais, um namoro comum, com encontros normais, o que Grey acata até certo ponto, para que ela aceite seu papel de Submissa no Quarto Vermelho da Dor, como Ana chama o quarto de jogos de Grey. Óbvio também que ela se esforça ao máximo para agradar seu senhor, descobre sua deusa interior, transa loucamente até que ele a pune (são seis bordoadas nos glúteos de Ana), e o mundo desaba. Ela entende que não pode viver assim, e mesmo amando Grey, vai embora. O livro acaba com Ana chorando sozinha na cama.

E agora vamos por partes, começando pela Ana. Onde, hoje, se encontra uma moça de 21 anos tão ingênua? Tudo bem, é uma ficção, mas não precisamos exagerar, ainda mais se ela mora com uma colega de quarto que transa com os namorados a metros de onde Ana dorme. Ela tem sérios problemas de autoestima, não se vê como bonita ou desejável até Grey aparecer. Entregar sua autoimagem nas mãos de um homem é um passo para a tragédia, porque ao menor sinal de rejeição do dito cujo, lá se foi sua autoestima para -1.000! Pior que isso, só os diálogos que ela tem com sua "deusa interior" a cada 5 segundos, tornando o livro enfadonho ao extremo. Uma deusa interior que diz "uau" frente a um orgasmo ou usa pompons de líder de torcida para comemorar o próximo encontro caliente...belas imagens para um livro "erótico". Só que não.

Grey é seriamente perturbado! Ao longo do livro surgem diversas indicações de que ele foi vitima de algum tipo de abuso quando criança, antes de ser adotado aos 4 anos pela família Grey, além de ter sido "seduzido" aos 15 anos por uma amiga da mãe, a Dominadora que o apresentou ao mundo BDSM. E para um cara tão inteligente, ele é bem obtuso ao discutir isso com Ana, dizendo que a amiga da mãe o livrou da auto destruição, ao invés de admitir que foi vitima de pedofilia! Ele é maníaco por controle, chato, grudento e como a própria Ana diz "usa o sexo como arma". Eu digo que ele usa o sexo e o dinheiro como armas para cercar Ana, como uma aranha tecendo sua teia ao redor de uma mosca. O que eu penso quando vejo alguém dizer que gostaria de um Mr. Grey para si? Faça bom proveito!

Os outros personagens são imitações pálidas de todos os personagens vistos em Crepúsculo, e como Ana e Grey, são mal desenvolvidos. Carlisle, Emmet, Rosalie, Alice, Renee, Esme, Paul, estão todos em 50 Tons de Cinza com outros nomes. Nem vale comentar.

E a história, o romance entre Grey e Ana é só um fiapo costurando as cenas de sexo entre os dois. Desde a primeira vez de Ana (como Grey chama, sexo baunilha, ou seja, sem nenhum brinquedo erótico, amarração, etc), em que ela não sente dor alguma, passando pelas experiências BDSM com bolas de pompoarismo, vendas, chicotadas, até a vez em que ele tira o OB dela (uma coisa nojenta, e não erótica, na minha opinião), tudo já foi dito, escrito e descrito infinitas e melhores vezes que neste livro. Como são muitas cenas, palavras são repetidas e a autora fica no meio termo entre a sacanagem e o eufemismo. Ao mesmo tempo em que Ana fala pau, ela nunca diz buceta (quando se refere a vagina, ela diz que sente as coisas "ali"). E o senhor Dominador chama Ana de baby. E no meio disso tudo, está sempre a tal da deusa interior.

50 Tons é mal escrito, chato, tem personagens rasos e inverossímeis. O motivo do furor só pode ser o BDSM, porque literatura erótica para mulheres existe aos montes e há muito tempo. Livros da Nora Roberts tem cenas de sexo, livros de banca como Julia, Sabrina, Desejo, Paixão tem cenas de sexo, livros da Meg (Patricia) Cabot tem cenas de sexo! Mais bem escritas, e amarradas por melhores histórias. Quer uma boa? Irmandade da Adaga Negra, com quase 10 livros publicados no Brasil! Todos os vampiros da J.R. Ward dão um banho, com louvor, em Christian Grey. E para ler sobre mocinhas ingênuas e mocinhos mandões, prefiro os livros da Diana Palmer, ou os meus amados água com açúcar, que não tem pretensão alguma de ser mais do que são: literatura erótica para mulheres se divertirem, suspirarem e tirarem inspiração para a vida real.

Se eu vou ler os outros (emprestados)? Claro. Quero ver até onde vai a "imaginação" da autora. Esperem por resenhas dos próximos capítulos!

terça-feira, novembro 20, 2012

TAG - Skoob: Minha Estante Virtual


Uma rede social para quem é viciado em livros é a definição básica do Skoob. Você cria um perfil e monta sua estante virtual, dá notas, faz resenhas, estabelece metas de leitura, faz trocas e interage com outros leitores. Eu tenho um perfil faz um bom tempo, e a cada nova aquisição corro para cadastrar na minha estante, o que facilita muito a minha vida (muito mais fácil procurar na estante virtual que na real, que é a maior bagunça). No final do post está o link do meu perfil, para quem quiser me adicionar!

Hoje a usuária Samanta Rabelo lançou uma TAG/pesquisa, com algumas perguntas bacanas, e eu resolvi responder. Vejam abaixo as perguntas e respostas:

1- Quantos livros lidos você tem na sua aba LIDO no Skoob? 591

2- Qual livro você está lendo? Cinquenta Tons de Cinza

3- Quantos livros tem na sua aba VAI LER? 491

4- Você está relendo algum livro? Qual é? No momento não, mas pretendo reler A Guerra dos Tronos em breve.

5- Quantos livros você já abandonou? Quais são ele? 2, Personal Demons e On The Road.

6- Quantas resenhas você tem cadastradas no Skoob? Nenhuma.

7- Quantos livros avaliados você tem na sua lista? 315

8- Na aba FAVORITOS, quantos livros você tem registrados? Cite alguns. 216. Grau 26, 1808, Clarice, Admirável Mundo Novo, Fazendo Meu Filme, Orgulho e Preconceito, A Passagem.

9- Quantos livros você tem na aba TENHO? 940 (e subindo)

10- Quantos livros você tem na aba DESEJADOS? 56 (e subindo)

11- Quantos livros emprestados no momento? Quais? Nenhum cadastrado, mas os dois Bridget Jones, Precisamos Falar Sobre o Kevin, Orgulho e Preconceito, Os Homens Que Não Amavam As Mulheres e outros que já perdi a conta e a esperança de serem devolvidos : (

12- Você quer trocar algum livro? Quais são? No momento 6: Irmão Lobo, O Primo Basílio, Sex And The City, os 2 primeiros da série Gossip Girl e Comédias Para se Ler na Escola.

13- Na aba META quantos livros você tem marcados? Cumpriu esta meta? Nenhum.

14- Qual é o número no teu paginômetro? 162.822

15- Qual é o link do teu perfil no Skoob? Fabi Lameirinha

Vou indicar 5 usuários para responder a TAG no Facebook!




quinta-feira, julho 19, 2012

Te conheço?

J.R.R. Tolkien

Nós lemos os seus livros, vemos suas peças de teatro, acompanhamos as adaptações de suas obras para o cinema e a Tv, mas nós sabemos quem são nossos escritores favoritos?!

A Superinteressante criou um jogo da memória super bacana, com os rostos de alguns escritores famosos. Eu demorei umas 4 rodadas para acertar todos (muitos no chute, hehehe), e ainda tive uma ajudinha da sorte!

Acesse e jogue aqui.

Emmy 2012 - Os Indicados!



Há, bons tempos em que eu ficava alucinada esperando as indicações do Emmy, só para ver se Lost estaria lá! Me decepcionei e me empolguei várias vezes, e hoje o Emmy é mais curiosidade que amor verdadeiro hehehe...


Mas hoje saíram as indicações deste ano, para séries que tiveram no mínimo 6 episódios exibidos entre junho de 2011 e maio de 2012, e em pelo menos 50% do território americano. Confesso que me surpreendi em algumas categorias, seja por presença ou ausência de séries e atores. 


As categorias técnicas serão premiadas em 15 de setembro, em cerimônia não televisionada, e as categorias principais serão entregues em 23 de setembro (LOST!LOST!LOST!), com transmissão pela Tv, tapete vermelho e afins.


Vamos a lista de indicados e meus comentários rápidos (a lista completa está aqui): 


Série Dramática
Boardwalk Empire
Breaking Bad
Downton Abbey (OMG, amo demais e é páreo para qualquer uma das concorrentes, mas acho que GOT leva).
Mad Men
Homeland
Game of Thrones

Série Cômica
The Big Bang Theory (sou suspeita, porque adoro demais, mas a última temporada foi muito boa mesmo!)
Curb Your Enthusiasm
Girls
Modern Family (também adoro, tá pau a pau com TBBT, a temporada foi perfeita!)
30 Rock (já foi mais hypada)
Veep

Minissérie ou Telefilme
American Horror Story (série antológica, por mim levaria o Emmy com louvor! Roteiro, direção, argumento, atores, cenário, tudo perfeito, e olha que eu morri de medo, mas não larguei até terminar!)
Game Change (Telefilme)
Hatfields & McCoys (minissérie)
Hemingway & Gellhorn (telefilme)
Luther (série britânica)
Sherlock (série britânica)

Ator de Série Dramática
Steve Buscemi, Boardwalk Empire
Bryan Cranston, Breaking Bad
Michael C. Hall, Dexter (pelas 2 primeiras temporadas, ele devia levar, mas não sei como foi a última temporada)
Hugh Bonneville, Downton Abbey (estou torcendo!)
Damian Lewis, Homeland
Jon Hamm, Mad Men

Ator de Série Cômica
Jim Parsons, The Big Bang Theory (mais uma vez, sou suspeita! Mas a virada de Sheldon nesta temporada, e suas interações com Amy estão hilárias)
Larry David, Curb Your Enthusiasm
Don Cheadle, House Of Lies
Louis C.K., Louie
Alec Baldwin, 30 Rock
Jon Cryer, Two And A Half Men (depois de aguentar Charlie Sheen por 9 temporadas, poderia levar com certeza)

Atriz de Série Dramática
Glenn Close, Damages (atuação sempre elogiadíssima)
Michelle Dockery, Downton Abbey (hááá, tô torcendo muito)
Julianna Margulies, The Good Wife
Kathy Bates, Harry’s Law
Claire Danes, Homeland
Elisabeth Moss, Mad Men

Atriz de Série Cômica
Lena Dunham, Girls
Melissa McCarthy, Mike & Molly
Zooey Deschanel, New Girl (a série é engraçadinha e a Zooey é fofa, mas não é tudo isso)
Edie Falco, Nurse Jackie
Amy Poehler, Parks And Recreation
Tina Fey, 30 Rock (já foi mais hypada, como a série)
Julia Louis-Dreyfus, Veep

Ator Coadjuvante em Série Dramática
Aaron Paul, Breaking Bad
Giancarlo Esposito, Breaking Bad
Brendan Coyle, Downton Abbey (dois indicados da mesma série costumam dividir os votos, então acho que vai ficar entre Peter e Jared)
Jim Carter, Downton Abbey
Peter Dinklage, Game Of Thrones
Jared Harris, Mad Men

Ator Coadjuvante em Série Cômica
Ed O’Neill, Modern Family
Jesse Tyler Ferguson, Modern Family
Ty Burrell, Modern Family
Eric Stonestreet, Modern Family (quatro indicados vão totalmente dividir os votos! São todos ótimos, mas acho que vai ficar com Bill este prêmio)
Max Greenfield, New Girl
Bill Hader, Saturday Night Live

Atriz Coadjuvante em Série Dramática
Anna Gunn, Breaking Bad
Maggie Smith, Downton Abbey (sou toda amor por Maggie!)
Joanne Froggatt, Downton Abbey
Archie Panjabi, The Good Wife
Christine Baranski, The Good Wife
Christina Hendricks, Mad Men

Atriz Coadjuvante em Série Cômica
Mayim Bialik, The Big Bang Theory (sou toda amor por Mayim!)
Kathryn Joosten, Desperate Housewives
Julie Bowen, Modern Family
Sofia Vergara, Modern Family
Merritt Wever, Nurse Jackie
Kristen Wiig, Saturday Night Live (mas também adoro a Kristen, é a melhor do elenco feminino de SNL)

Melhor Programa de Competição ou Reality Show
Dancing With The Stars
Project Runway (adoro, as brigas são intensas e os jurados são fantásticos!)
So You Think You Can Dance
Top Chef (sou toda amor por Top Chef!)
The Voice

Mad Men e Downton Abbey são as recordistas de indicações, com 17 cada uma, uma vitória para Downton que ano passado só levou um prêmio (foi considerada minisérie). Senti falta de Community  e Glee nas categorias principais de série cômica! E Jessica Lange estava irretocável em American Horror Story, tem que levar um prêmio (está indicada como atriz coadjuvante em minisérie/telefilme). E a maior ausência, na minha opinião, é a de Fringe, tanto nas categorias principais quanto nas técnicas! John Noble já passou da hora de ganhar um Emmy! Outras indicadas que eu amo, nas categorias técnicas são Once Upon A Time e Falling Skies.

Vou torcer a acompanhar a premiação, como sempre. Quais os seus palpites?

Percetion, nova série!


Séries sobre gênios resolvendo casos policiais de formas nada ortodoxas, como Lie to Me e The Mentalist, assim como séries policiais que focam em certos aspectos do trabalho como C.S.I. ou Criminal Minds, nós já estamos cansados de ver. É a premissa básica caso da semana + gênios/policiais em ação + alguma pista obscura ou ligação que só eles conseguem fazer = caso resolvido. Então porque eu fiquei alucinada por Perception, que é um pouco de tudo descrito acima?!

Porque na primeira cena o personagem Daniel Pierce (Erick McCormack, de Will & Grace), um neurocientista brilhante pergunta a sua classe na faculdade: o que é real? É o que percebemos com nossos sentidos, uma viagem ou fantasias que nosso cérebro cria? E aí, o que é real?

Confesso que acabei um pouco perdida no caso da semana, o assassinato de um executivo de uma indústria farmacêutica, porque fiquei fascinada pelos trejeitos, frases e manias do Dr. Pierce. Há, como um professor acaba envolvido numa investigação policial? Sua ex-aluna, Kate Moretti (Rachel Leigh Cook, de Ela é Demais, está irreconhecível!!!), agora trabalha no FBI e vai perdir ajuda.

E aí, em meio a pedidos bizarros de fitas cassetes e palavras cruzadas, providenciadas pelo seu assistente pessoal Max (Arjay Smith), e conversas com sua amiga Natalie (Kelly Rowan, de The O.C.), Daniel tem que lidar com seus próprios problemas, alucinações e alunas safadinhas. Ele vê pessoas que ninguém mais vê, não assume relacionamentos, toma medicações, indicando que ele é ezquizôfrenico.

Acho que a série tem potencial, se começar a centrar força em Daniel e suas interações com Max, Natalie e Kate, e deixar em segundo plano o caso da semana, ou amarrar o caso de forma a jogar foco no Dr. Pierce. A trama pode evoluir bastante, e quero ver mais aulas! A primeira temporada teve 10 episódios encomendados, mas a audiência nã foi das melhores no piloto. Vou torcer para que não acabe como Touch.

terça-feira, julho 17, 2012

Prometheus, que filmaço!


Não gosto de filmes de terror, mas confesso que adoro um bom suspense psicológico, e muitas vezes esses gêneros são vendidos no cinema como parentes bem próximos, o que eu acho que não são. Exemplo: Os Outros, que tem uma uma pegada sobrenatural, mas altamente psicológica, e foi vendido como "terror". Tudo isso para explicar porque eu adoro o filme Alien, só o primeiro, esqueça todas as continuações, e adorei ainda mais Prometheus (Prometheus, EUA, 2012), que são vendidos como terror, mas são suspenses de tirar o fôlego.

Prometheus seria uma prequel, uma história que antecede Alien O 8º Passageiro (Alien, EUA, 1979), os dois dirigidos por Ridley Scott, um dos melhores diretores no filão de ficção científica. Em Alien, uma nave cargueiro está voltando a Terra quando seus 7 tripulantes são acordados para verificar uma transmissão de um planeta deserto. O que eles encontram são ovos, e um dos tripulantes é infectado, gerando um ser alienígena sinistro que sangra ácido! Um a um os tripulantes são dizimados, restando apenas Jones, o gato, e a tenente Ripley (um dos personagens mais fodões do cinema), os dois confinados num "apêndice" da nave principal (que Ripley explodiu tentando se livrar do Alien), vagando pelo espaço. Muitas perguntas ficaram: quem eram esses aliens, quem deixou o sinal de alerta, o que era o space jockey? Prometheus lança luz sobre alguma dúvidas e deixa outras.

O começo do filme lembra muito o ar setentista de Alien, seus planos sequência de grandes silêncios, personagens solitários andando por naves espaciais, aparentando toda a normalidade. Conhecemos David, um robô humanóide que pinta o cabelo e cita frases de Lawrence da Árabia, e o dilema: o que nos torna humanos? O que é a alma? Um robô pode desenvolver sentimentos e ter conflitos éticos?

Na nave Prometheus estão também um biólogo, um geólogo, navegadores e o capitão da nave, uma representante da empresa que financiou a expedição e Elizabeth e Charlie, pesquisadores que encontraram mapas estelares em diversas escavações arqueológicas, em sua busca pelas origens da vida humana. São estes personagens que vão conduzir a expedição, descobrir coisas assombrosas e infelizmente, ser dizimados.

Mesmo quem não assistiu Alien, vai curtir Prometheus, afinal, sua premissa é básica: de onde viemos, quem nos criou e para onde vamos? As duas primeiras perguntas são respondidas, de forma fantástica. A última, talvez fique para um próximo filme. Todas as cenas de ação são espetaculares e o 3D funciona muito bem.

A trama tem reviravoltas bem armadas, segredos revelados na hora certa, muita ironia e é tão bem editado que não se sente suas duas horas de duração! As personagens femininas, Elizabeth e Meredith, são um show a parte, mas quem rouba a cena é David (que me lembrou muito A.I. Inteligência Artificial). Talvez as discussões éticas e religiosas em relação a origem da vida tenham sido superficiais, mas Prometheus é um filme de ação, suspense e ficção, e nisso ele cumpre seu papel muito bem.

Para quem assistiu Alien, temos algumas referências que vão fazer você pirar e falar "OMG, então é daí que saiu tal coisa?!". E uma dúvida: para onde foi Elizabeth?!

Eu sai do cinema de boca aberta, pensando em como o Ridley Scott é bom no que faz e louca de vontade de assistir Alien de novo! Há, e pra constar como curiosidade, só vendo os créditos, descobri que Damon Lindelof, produtor e roteirista de Lost, é também roteirista e um dos produtores de Prometheus. Garantia de qualidade, na minha opinião.