terça-feira, julho 17, 2012

Prometheus, que filmaço!


Não gosto de filmes de terror, mas confesso que adoro um bom suspense psicológico, e muitas vezes esses gêneros são vendidos no cinema como parentes bem próximos, o que eu acho que não são. Exemplo: Os Outros, que tem uma uma pegada sobrenatural, mas altamente psicológica, e foi vendido como "terror". Tudo isso para explicar porque eu adoro o filme Alien, só o primeiro, esqueça todas as continuações, e adorei ainda mais Prometheus (Prometheus, EUA, 2012), que são vendidos como terror, mas são suspenses de tirar o fôlego.

Prometheus seria uma prequel, uma história que antecede Alien O 8º Passageiro (Alien, EUA, 1979), os dois dirigidos por Ridley Scott, um dos melhores diretores no filão de ficção científica. Em Alien, uma nave cargueiro está voltando a Terra quando seus 7 tripulantes são acordados para verificar uma transmissão de um planeta deserto. O que eles encontram são ovos, e um dos tripulantes é infectado, gerando um ser alienígena sinistro que sangra ácido! Um a um os tripulantes são dizimados, restando apenas Jones, o gato, e a tenente Ripley (um dos personagens mais fodões do cinema), os dois confinados num "apêndice" da nave principal (que Ripley explodiu tentando se livrar do Alien), vagando pelo espaço. Muitas perguntas ficaram: quem eram esses aliens, quem deixou o sinal de alerta, o que era o space jockey? Prometheus lança luz sobre alguma dúvidas e deixa outras.

O começo do filme lembra muito o ar setentista de Alien, seus planos sequência de grandes silêncios, personagens solitários andando por naves espaciais, aparentando toda a normalidade. Conhecemos David, um robô humanóide que pinta o cabelo e cita frases de Lawrence da Árabia, e o dilema: o que nos torna humanos? O que é a alma? Um robô pode desenvolver sentimentos e ter conflitos éticos?

Na nave Prometheus estão também um biólogo, um geólogo, navegadores e o capitão da nave, uma representante da empresa que financiou a expedição e Elizabeth e Charlie, pesquisadores que encontraram mapas estelares em diversas escavações arqueológicas, em sua busca pelas origens da vida humana. São estes personagens que vão conduzir a expedição, descobrir coisas assombrosas e infelizmente, ser dizimados.

Mesmo quem não assistiu Alien, vai curtir Prometheus, afinal, sua premissa é básica: de onde viemos, quem nos criou e para onde vamos? As duas primeiras perguntas são respondidas, de forma fantástica. A última, talvez fique para um próximo filme. Todas as cenas de ação são espetaculares e o 3D funciona muito bem.

A trama tem reviravoltas bem armadas, segredos revelados na hora certa, muita ironia e é tão bem editado que não se sente suas duas horas de duração! As personagens femininas, Elizabeth e Meredith, são um show a parte, mas quem rouba a cena é David (que me lembrou muito A.I. Inteligência Artificial). Talvez as discussões éticas e religiosas em relação a origem da vida tenham sido superficiais, mas Prometheus é um filme de ação, suspense e ficção, e nisso ele cumpre seu papel muito bem.

Para quem assistiu Alien, temos algumas referências que vão fazer você pirar e falar "OMG, então é daí que saiu tal coisa?!". E uma dúvida: para onde foi Elizabeth?!

Eu sai do cinema de boca aberta, pensando em como o Ridley Scott é bom no que faz e louca de vontade de assistir Alien de novo! Há, e pra constar como curiosidade, só vendo os créditos, descobri que Damon Lindelof, produtor e roteirista de Lost, é também roteirista e um dos produtores de Prometheus. Garantia de qualidade, na minha opinião.

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